Desastres ligados a mudanças climáticas ocasionaram mais de US$ 3,6 trilhões em perdas, segundo relatório da ONU

Os desastres ligados ao clima, ou relacionados às mudanças climáticas, causaram uma média de 115 mortes diárias e prejuízo financeiro calculado em aproximadamente US$ 3,64 trilhões nos últimos 50 anos. É o que aponta o “Atlas da Mortalidade e das Perdas Econômicas por Extremos Climáticos, Hídricos e do Tempo” divulgado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma das agências da Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo o relatório, considerado um dos mais abrangentes sobre o tema, os desastres hídricos ou relacionados ao tempo e ao clima ocorreram de forma praticamente diária entre 1970 e 2019, causando 2 milhões de mortes ao longo desses anos. Destas, 91% aconteceram em países em desenvolvimento.

A seca ocorrida na Etiópia, em 1983, é apontada como um dos piores eventos, tendo causado a morte de 300 mil pessoas. Entre os outros desastres naturais citados pelo relatório estão a seca de 1981, em Moçambique, e as ondas de calor extremo na Rússia, em 2010. O estudo aponta que secas, tempestades, enchentes e temperaturas extremas estão entre os desastres que causam mais vítimas fatais.

Enchente na Alemanha. Foto: Sascha Schuermann – Getty Images

Em relação às perdas econômicas, as tempestades e enchentes ocupam o topo da lista de prejuízos, somando um total de 636 bilhões de dólares somente no período avaliado. A estimativa é de que 74% dos prejuízos econômicos em nível global tenham sido causados pelos desastres climáticos.

Em depoimento para o site da ONU, o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, alertou para o fato de que os eventos extremos do clima serão cada vez mais frequentes, considerando o aquecimento global e as consequentes mudanças climáticas. Mas ele aponta que iniciativas conjuntas, “investimentos em programas de gestão de risco de desastres e criação de políticas integradas para desastres que ocorrem de forma lenta”, como as secas, podem ajudar a evitar futuras perdas, principalmente de vidas humanas.

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