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Relatório da ONU mostra que acesso à água ficará mais escasso nos próximos anos

Publicado em: 22/03/2023

O acesso à água faz parte dos direitos humanos, mas o uso incorreto e pouco sustentável desse recurso natural, em conjunto com as mudanças climáticas e desigualdades sociais, tem gerado escassez para a população mundial.

O número de pessoas que enfrentam a escassez deve aumentar nos próximos anos. A previsão é que até 2050, 1,7 a 2,4 milhões de pessoas podem ser impactadas pela escassez, de acordo com o relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos 2023, da Unesco em parceria com a ONU Água, com o tema Parcerias e cooperação para a água.

Criança bebe água em bica. Foto: Adobe Stock
Número de pessoas que enfrentam a escassez de água deve aumentar nos próximos anos. Foto: Adobe Stock

O número de pessoas sem acesso à água potável também é alarmante, chegando a 2 bilhões, ou seja, 26% da população mundial. O que tem impactado no nível de estresse hídrico mundial, quando a procura de água por habitante é maior que a oferta, principalmente nas regiões mais vulneráveis do planeta:

  • América Latina e Caribe (15,4%);
  • África Subsaariana (14,2%);
  • Oceania (7,6%);
  • Leste e Sudeste Asiático (7,1%);
  • Norte da África e Ásia Ocidental (4,3%);
  • Europa e América do Norte (-6,4%);
  • Ásia Central e Meridional (-5,3%).

Mas o relatório aponta que parcerias e cooperações tendem a produzir resultados positivos, pois a partir do envolvimento e do diálogo inclusivo, pessoas que não são ouvidas ganham voz, garantindo que ninguém seja deixado para trás. Além disso, pode-se assegurar o cumprimento dos direitos humanos de acesso à água e ao saneamento.

Brasil: acesso à água ainda é um privilégio

O Brasil possui a maior reserva de água doce no mundo, cerca de 12% do total, e mais da metade dos recursos hídricos da América do Sul, chegando aos 53%. Entretanto, nem todos os brasileiros e brasileiras têm acesso a esses recursos. Em alguns municípios, menos da metade da população tem acesso à água potável, de acordo com o Instituto Trata Brasil, são eles: Macapá (36,60%); Ananindeua (33,79%); Marabá (32,89%); Porto Velho (26,05%).

Essa falta de acesso à água impacta na saúde da população, que fica mais vulnerável às doenças, aumenta os conflitos, afeta a educação e a produtividade das pessoas. Por isso, são necessárias políticas públicas que garantam o direito à água.

O Marco Legal do Saneamento Básico, aprovado em 2020, possui metas, como de atendimento com água potável, coleta e tratamento de esgoto, com o objetivo de promover a universalização da água.

Acesso à àgua. Criança carrega baldes de água
Falta de acesso à água impacta na saúde da população. Foto: Adobe Stock

Além disso, foi criada uma Frente Parlamentar de Fomento do Saneamento Básico, que visa conscientizar a população e promover políticas de sustentabilidade urbana com o cuidado de considerar questões ambientais, culturais, econômicas e sociais.

Os dados brasileiros apontam que o caminho ainda é longo para que todos e todas tenham acesso à água, mas quem tem acesso pode utilizar de forma sustentável, como indicado no Guia prático para utilização dos Recursos Hídricos, desenvolvido pela Synergia.

Conferência da Água

A ONU iniciou nesta quarta-feira, 22 de março, e Dia Mundial da Água, a Conferência da Água. O evento, que reúne autoridades de todo o mundo, vai debater o aumento das enchentes, a seca e como as mudanças climáticas impactam nos recursos hídricos.

O principal objetivo do encontro é o lançamento da Agenda da Água, com comprometimentos voluntários de governos, instituições e comunidades locais. E ajudará no alcance de objetivos e metas globais ligados a água.

6 – Água potável e saneamento

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