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Primeiro levantamento sobre mulheres lésbicas abre caminho para compreensão de perfil sociodemográfico

Publicado em: 29/08/2023

Até poucos anos atrás, não era fácil ter informações sobre o número de mulheres lésbicas, bissexuais e homens gays no Brasil. Mas em 2022, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o primeiro levantamento com informações sobre homossexuais e bissexuais, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS): Orientação sexual autoidentificada da população adulta. 

Em números gerais, a pesquisa mostra que o Brasil tem 2,9 milhões de pessoas com 18 anos ou mais que se declaram bissexuais, gays e lésbicas, sendo 0,9% delas mulheres lésbicas.  Porém, o Instituto deixa claro que existe a possibilidade de subnotificação no número de pessoas bissexuais e homossexuais por conta do preconceito ou medo, o que faz com que homens e mulheres não se identifiquem por questões de segurança. 

Mulheres lésbicas com pessoas em volta. Foto: Adobe Stock
IBGE aponta que apenas 0,9% da população homossexual no Brasil é lésbica. Foto: Adobe Stock

Além disso, o levantamento não era o suficiente para compreender o perfil das pessoas homossexuais e bissexuais. 

Para atender a essa demanda, o Lesbocenso, uma pesquisa feita pela Liga Brasileira de Lésbicas, nos anos de 2021 e 2022, mapeou o perfil sociodemográfico de mulheres lésbicas, registrando informações, como etnia, religião, escolaridade, renda, entre outros dados.  

Estudos mostram participação das mulheres lésbicas no mercado de trabalho 

Em sua primeira etapa, o Lesbocenso mostrou que 85,23% das entrevistadas responderam que se identificam como cisgênero, 6,31% não-binárias, 3% não souberam responder, 1,17% são agênero, 1,07% são trans, 1,87% se identificaram como outros e 1,27% não quiseram responder. 

Quando perguntadas sobre etnia, 61,94% das entrevistadas se identificaram como brancas, 33,55% como pretas e pardas, 1,68% como amarela e menos de 1% como indígenas. 

Além do aspecto social, o Lesbocenso analisou âmbitos como trabalho, saúde, família. Ao aprofundar os dados sobre trabalho, o levantamento mostrou que 73% das mulheres lésbicas que responderam à pesquisa estavam trabalhando, ante os 26% que estavam sem trabalho. 

Casal de mulheres lésbicas com criança no colo. Foto: Adobe Stock
Lesbocenso é o primeiro levantamento que analisa questões familiares, profissionais e religiosas. Foto: Adobe Stock

Mas, ao analisarmos a população como um todo, o espaço ocupado por mulheres lésbicas no mercado de trabalho ainda é baixo. É o que mostra o estudo “Representatividade, Diversidade e PercepçãoCenso Multissetorial da Gestão Kairós 2022”, realizado entre os anos de 2019 e 2021, que identificou que as mulheres lésbicas representam apenas 1,5% da força de trabalho. 

Ao afunilarmos a análise, o percentual de mulheres lésbicas em cargos de liderança é ainda menor, alcançando apenas 0,8%, de acordo com o relatório da Gestão Kairós. 

Esse tipo de levantamento destaca o impacto do preconceito quando grupos minorizados buscam se colocar no mercado de trabalho e alavancar a carreira, permitindo que o poder público e entidades privadas possam desenvolver iniciativas de inclusão e desenvolvimento de carreira. 

10 – Redução das desigualdades
5 – Igualdade de gênero

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