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Meta de erradicação da pobreza extrema foi comprometida por pandemia e mudanças climáticas, segundo a ONU

Publicado em: 17/10/2023

A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou, este ano, para o fato de que aproximadamente 700 milhões de pessoas – cerca de 8,5% de toda a população mundial – vivem com menos de US$ 2,15 por dia. A perspectiva é de que, considerando as taxas atuais, aproximadamente 500 milhões de pessoas ainda estarão vivendo em extrema pobreza em 2030. Ou seja, a meta de erradicação da pobreza extrema, proposta pelo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 1, dificilmente será atingida.

Em seu discurso pelo Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, reforçou o compromisso assumido por lideranças mundiais durante a Cúpula dos ODS, que ocorreu em setembro de 2023. Além de aceitarem contribuir com aporte financeiro de, no mínimo, US$ 500 bilhões por ano para investimentos, os/as líderes globais participantes concordaram em investir em ações direcionadas para “diminuir a pobreza e o sofrimento de todas as pessoas – desde sistemas alimentares e educacionais transformados até empregos decentes e proteção social ampliada”.

Barraco em péssimas condições e área sem saneamento. Foto: Adobe Stock
Pobreza extrema e falta de acesso a condições básicas atingem parte da população mundial. Foto: Adobe Stock

O último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feito em 2021, apontou que o Brasil possuía mais de 62 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza, dos quais quase 18 milhões se encontravam em situação de extrema pobreza. Com base nesses números, foi possível compreender que entre cada 10 brasileiros/as, “aproximadamente três viviam abaixo da linha da pobreza e um em condição de extrema pobreza”.

Ainda sobre o cenário nacional, a Fundação Abrinq divulgou no início deste ano um levantamento no qual aponta que quase 11 milhões de crianças e adolescentes no Brasil estão em situação de extrema pobreza, com jovens entre 0 e 14 anos vivendo com 11 reais por dia – valor considerado insuficiente pelas organizações que avaliam as condições básicas para a sobrevivência e dignidade humana.

Erradicação da pobreza infantil extrema foi afetada por pandemia e mudanças climáticas

Segundo o relatório “Global Trends in Child Monetary Poverty According to International Poverty Lines”, divulgado este ano pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Banco Mundial, estima-se que uma em cada seis crianças em todo o mundo viva em situação de pobreza extrema, o que representaria aproximadamente 333 milhões de crianças. O documento aponta, ainda, que as crianças têm duas vezes mais probabilidades de viver em pobreza extrema do que as pessoas adultas, representando atualmente mais da metade do número de pessoas que vivem nessa condição.

Os dados divulgados mostram que houve um atraso significante em relação ao cumprimento da agenda da ONU e da meta de erradicação da pobreza infantil extrema até 2030, levando especialistas a acreditarem que o objetivo também não será cumprido. Catherine Russell, diretora executiva do UNICEF, afirmou que, embora tenha havido avanços, a pandemia de covid-19, mudanças climáticas e choques econômicos, entre outros fatores, interromperam o progresso e chegou a representar três anos perdidos na redução da pobreza.

1 – Erradicação da pobreza
10 – Redução das desigualdades

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